A maioria dos rótulos chega ao mercado prontos para beber e poucos conseguem envelhecer.
As pessoas se dividem entre quem compra vinho para beber na hora e outros que gostam de ver a adega cheia de garrafas e escolher o melhor rótulo para cada ocasião. Nenhum dos hábitos de consumo é certo ou errado, mas é importante saber se o que você estoca em casa resistirá ao teste do tempo.
A grande maioria dos vinhos produzidos no mundo destina-se ao consumo imediato, ou seja, no prazo de dois anos após a colheita no caso dos vinhos brancos e no prazo de quatro anos para os vinhos tintos. Menos de 5% são os chamados vinhos envelhecidos, com potencial para envelhecer 20, 30, 40 ou mais anos.
Esta categoria inclui grandes vinhos, como Barolos, Barbarescos, Chiantis e Brunellos Italianos; os crus da Borgonha, o Bordeaux Cru Classé, o Chatâteauneuf-du-Pape e os melhores Champagnes, da França; e ainda, os maiores Rieslings da Alemanha, Riberas del Duero e Rioja, da Espanha; Dão e Bairrada, de Portugal e Malbecs argentinos.
Embora sejam capazes de resistir ao passar do tempo, é difícil estabelecer com certeza quando estes grandes vinhos estarão no seu auge. A imprevisibilidade desempenha um papel importante, pois o vinho é uma bebida viva e caprichosa, mas a crítica Jancis Robinson, uma das maiores especialistas do sector, recomenda beber os grandes brancos após uma década e os melhores tintos entre 12 e 15 anos após a colheita.
Se não tiver a certeza de quando é o momento de abrir um destes rótulos, pode consultar a ficha técnica do vinho, que normalmente está disponível no site do produtor, ou consultar um especialista, como o seu revendedor de confiança.
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Como o vinho evolui
Curioso para saber por que tantos vinhos estragaram no caminho para o consumidor, Napoleão III encarregou Louis Pasteur de encontrar uma forma de reduzir os danos. O cientista francês utilizou tubos de ensaio selados, alguns cheios de vinho e outros apenas até a metade, e descobriu que a bebida destes últimos se deteriorava mais rapidamente.
O contato com muito oxigênio acelera muito o processo de envelhecimento, mas pouco oxigênio ajuda o vinho a melhorar – pelo menos até certo ponto, antes do início da fase de decomposição. É para isso que serve a maturação em barricas, onde há uma pequena troca de ar. O envelhecimento em garrafa ocorre através do processo oposto ao processo oxidativo, denominado redutor, no qual o vinho liberta oxigénio.
Como armazenar vinho adequadamente
Se você costuma armazenar vinhos por pelo menos um ano, é recomendável investir em uma adega que mantenha a temperatura constante e proteja as garrafas das oscilações de temperatura e longe da luz. A temperatura ideal para armazenamento é de 10 a 13 graus C.
Quanto tempo dura o vinho depois de aberto
Uma garrafa de vinho aberta dura muito pouco, mesmo que você recoloque a rolha ou a tampa de rosca e guarde na geladeira. Um vinho tinto dura dois dias na porta da geladeira, mas se tirar o ar com bomba de vácuo ele dura mais um dia.
Os brancos devem ser consumidos imediatamente ou o mais tardar no dia seguinte à abertura, antes de começarem a perder as suas qualidades sensoriais. Os espumantes começam a perder o gás após algumas horas e são recomendados para serem consumidos imediatamente.
Os vinhos fortificados, como o Porto e a Madeira, duram meses ou até anos, respetivamente, depois de abertos. Nessas bebidas, os altos teores de álcool e açúcar são conservantes naturais.